TEMPO DE FOME, TEMPO DE PARTILHA
É bom
lembrar que viemos do útero eterno do Senhor, por isso todos somos irmãos. A
pandemia veio reavivar a fraternidade, mostrando que não importa se é rico ou
pobre, o vírus atinge a todos. A grande verdade da vida ficou diante dos olhos,
que é a morte. Surgiram os questionamentos: a fome da justiça, a fome da
solidariedade. O desemprego se generalizou, com falta de trabalho, logo é tempo
também da fome do estômago.
O Papa
Francisco questiona a fé "estéril", sem partilha de bens e nem
atenção ao sofrimento dos outros. E continua: “se o amor acaba em nós, a fé evapora-se. Sem as obras de misericórdia,
a fé morre. Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua
misericórdia, eu sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me
alimento do Corpo do Cristo, faço alguma coisa para matar a fome de quem é
pobre? ”
Chegou a
hora do tempo da partilha. No seu condomínio, no seu prédio, com seus amigos é
possível arrecadar alimentos não perecíveis e entregá-los na sua Igreja. O
Cardeal Orani sugere que ao ir a sua paróquia leve pelo menos um quilo de
alimento. Isto já está sendo pedido nos postos de vacinação. Ninguém é tão
pobre que não possa fazer essa doação. Pense nisso: vamos atenuar a fome de
quem precisa, porque é fome do estômago. Podem ser famílias da periferia,
pessoas das comunidades-favela e até mesmo pessoas que moram ao seu lado e
estão vivenciando estes momentos difíceis e não temos conhecimento. Vivem a
insegurança alimentar, porque a fome dói. É hora de despertar, porque para Deus
ninguém é inútil, ninguém é excluído. É tempo de fome, mas também é tempo de
partilha. Deus conta com sua generosidade.
José Adriano Gonçalves – MLR/Rio
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