segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Combate à pobreza



Todos os anos, em 17 de outubro, a comunidade internacional se dedica à reflexão sobre o combate à pobreza. Preocupação maior da Igreja Católica, a partir do Evangelho de Jesus, tem sido reafirmada com veemência pelo Papa Francisco, que diz: “Quero uma Igreja pobre e para os pobres”.

Seu antecessor, Bento XVI, hoje Papa Emérito, na Encíclica “Caritas in Veritate”, afirma que “sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo”. E explica ainda: “um cristianismo de caridade sem verdade pode ser confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a convivência social, mas marginais”, pois “a caridade exige justiça, o reconhecimento e o respeito dos legítimos direitos dos indivíduos e dos povos”. Portanto, não há outro caminho para a libertação, que não seja uma prática política cidadã, que garanta a todos uma educação de qualidade, desenvolvendo conteúdos críticos.

Educar é formar sujeitos capazes de: transformar a informação, que hoje é abundante e acessível, em um conhecimento que os faça capazes de trabalhar, produzir, de gerir a si próprios e à sociedade, de usufruir e de compartilhar.

A Paróquia Santo Afonso, mesmo não tendo em sua área comunidades pobres, está empenhada em promover ações de combate à pobreza. Tanto na Obra Social Santo Afonso e São Geraldo, como na própria paróquia estão sendo articulados projetos de promoção humana, em parceria com a Secretaria Municipal do Trabalho e com o SENAC, para oferecer aos cidadãos da Grande Tijuca.

Dom Helder Câmara dizia que as pessoas são pesadas demais para carregarmos nas costas, o importante é trazê-las no coração. Trazer uma pessoa no coração é reconhecê-la capaz de se tornar sujeito de sua vida e contribuir para isso. Só se combate a pobreza com educação crítica e participação política.

Ana Maria Galheigo

sábado, 12 de outubro de 2013

Eis a questão: o aborto




O aborto está sendo introduzido em diversos países, com financiamento de organizações internacionais e imposto pelos governos, sob a alegação de ser uma questão de saúde pública. Outras pessoas defensoras o apresentam como uma decisão pessoal: “o corpo é meu e faço dele o que quiser”. Para os que se opõem ao aborto, afirmam que só o fazem por motivos religiosos.

A verdade é diferente: o aborto é um assassinato, logo um crime que fere a lei natural. Cientificamente, ninguém pode duvidar que um embrião contém a estrutura física, psíquica e espiritual que integra o DNA único e irrepetível de cada pessoa. O ser humano passa por diferentes fases de desenvolvimento durante a sua existência -, e, em todas, ele tem vida. Desde o momento da concepção, um ser que vive. Se não fosse assim, como querem alguns “abortistas” não se multiplicaria, expressando processos vitais.

Diante disso, nós, católicos, somos contra o aborto, porque colocamos a vida acima de interesses particulares, sejam quais forem. Deve-se respeitar a justiça e o direito, sobretudo quando está em jogo a sorte dos mais fracos. Ninguém tem o direito de tomar ou destruir o que não lhe pertence. A defesa do embrião não é apenas uma convicção religiosa, mas uma lei natural. No nosso país, há alguns grupos minoritários tentando legalizá-lo. Se a questão é o aborto, reafirmamos nossa posição de católicos: somos contra, porque: “Abortar é matar quem não pode se defender”. (Papa Francisco)

A beata Madre Teresa de Calcutá nos aponta o caminho: “é hipocrisia gritar contra a violência que se alastra na sociedade, quando ela é cometida e incentivada contra bebês indefesos. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o Estado, nem o médico. Se o dinheiro que se gasta para matar fosse empregado em fazer com que as pessoas vivessem, todos os seres humanos atuais - e os que ainda virão ao mundo - viveriam bem e muito felizes.”

José Adriano Gonçalves / MLR-Rio


A luta a favor da Vida
* Projeto de Lei nº 478/2007 – Cria o Estatuto do Nascituro.
* Projeto de Lei nº 416/2011 – Cria o Programa de Prevenção ao Aborto, ao abandono de incapaz, autoriza o Executivo a criar Casas de Apoio à Vida.
* Proposta de Emenda à Constituição (Pec) nº 164/2012 –Acrescenta ao artigo 5º da Constituição Brasileira a expressão “desde a concepção ao término natural da vida.”

A luta a favor da Morte
* Projeto de Lei do Senado nº 236/2012 – Reforma do Código Penal. Sugere a legalização do aborto e da eutanásia.

São Geraldo Majela - Seu amor pelo Redentor e por Maria



Esse foi um missionário redentorista incomum! Dono de enorme fé e santidade, foi fiel servo de Deus, sofreu na carne e no espírito suas dores, aceitando-as como vontade do Pai e caminho para o céu. Seu amor a Jesus Crucificado – o Redentor - começou ainda pequeno. Certa vez, junto aos amigos, organizou uma procissão, todos com velas nas mãos e ele próprio carregando uma cruz pelo jardim da casa de sua família. Ao fim do trajeto, prendeu a cruz no tronco de um carvalho e então, disse ao seu grupo de amigos “De joelhos, adoremos a Cruz de Cristo”.

Assim, como uma brincadeira levada a sério, as luzes das velas conduzidas pela garotada iluminaram a vida inteira de São Geraldo, que ingressou na Congregação fundada por Santo Afonso, se tornou irmão redentorista e sobressaiu por sua simplicidade, espírito de oração e amor aos pobres.

Não era a cruz, entretanto, o que ele buscava, e sim “Aquele” que deu a maior prova de amor, morrendo por toda a humanidade numa Cruz. Por isso, desde quando fez sua Primeira Comunhão, as penitências e os flagelos a que se impunha eram uma tentativa de se purificar e demonstrar amor Àquele que o amou até à morte na Cruz.

Muito cedo, aconteceram, na vida São Geraldo, sinais que indicavam que aquele frágil garoto de Muro recebia do céu agrados divinos. Nas proximidades de onde moravam havia uma pequena igreja em cujo altar ficava uma imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo. Um dia, ainda criança, São Geraldo foi sozinho até lá para rezar diante da Mãe de Deus e de seu Filho. Tão logo se aprofundou na oração, algo inusitado aconteceu. A mulher e o menino no altar lhe pareceram ganhar vida e, num instante, como num sonho, o Menino Jesus desceu dos braços de Maria e veio brincar com ele.

Ainda bem pequenino, sua mãe, Dona Benedita, o despertou para o amor infinito de Deus e a convivência com Jesus e a Virgem Maria. Um dia, então, ele estava rezando à Virgem fervorosamente. Seu rosto, normalmente pálido, ardia como uma vela acesa. De repente ergueu-se e, apaixonado, retirou o anel que usava em seu dedo, aproximou-se da imagem e o colocou no dedo da Virgem Santíssima. “Hoje, fiquei noivo della Madonnina”, disse, triunfante.

É verdade que todos os santos tiveram grande amor a Nossa Senhora, mas não nos consta que tenha havido semelhante “noivado” na história da Igreja.

Os três amores de São Geraldo – Jesus na Santa Eucaristia, a Virgem Maria e os pobres – constituem, a nosso ver, o tecido da vida espiritual do santo irmão redentorista e nos deixam entrever de que se ocupava seu espírito.

São Geraldo, rogai a Deus por nós.

José Gurgel – MLR/Rio

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Outubro... das missões, da juventude e de tantas esperanças


“Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor, só nos resta aprender..."
Beto Guedes e Ronaldo Bastos


Eis que o ano vai se encaminhando, a passos largos, rumo a seu término. Já estamos no décimo mês de um ano marcado por tantos belos acontecimentos. Agora, dando mais um passo signifcativo, inauguramos o mês missionário, o outubro das crianças e jovens, dos educadores, da padroeira do Brasil, do jovem São Geraldo, modelo de perseverança. E como é bom celebrar este tempo ainda sob os reflexos da JMJ, que tanto alegrou nossa cidade e nosso povo, ao espalhar uma esperança alicerçada no desejo de seguir os passos de Cristo.

Outubro é tempo de celebrar e refletir sobre a nossa missão cristã.

Pelo batismo, todos somos também missionários, chamados a semear a esperança de Cristo por novos tempos – um tempo em que a fraternidade possa dar o tom de nossa convivência humana, e o amor fazer-se tão vivo e forte como as cores primaveris a despontar nos canteiros da vida. É tempo de cantar a força da renovação, na busca de novo impulso para nossa caminhada, sempre um novo começar.

É tempo de refletir sobre a força de vida que nos move a enfrentar os desafios que o mundo nos impõe, sem medo de assumir os erros, e de refazer os passos. Celebramos, nas festas de nossa padroeira, a Senhora Aparecida, São Geraldo e Santa Teresinha (patrona das missões), o desejo de que o projeto revolucionário de Deus, cantado no Magnificat, ganhe espaço entre nós, e de que juntos, possamos dar testemunho aos mais novos de que o futuro começa agora, com educação, cuidado e corresponsabilidade.

Finalmente, é tempo propício para lançar as bases de um plano evangelizador mais audacioso, que comece pela conversão interna; e se irradie no assumir, com coragem, a provocação que fez o Santo Padre, ao nos exortar que é urgente levar a Igreja para fora de seus muros. Especialmente para a juventude cristã, que celebra seu Dia Nacional (DNJ), este é o momento de não deixar passar a graça vivida, dias atrás, e de se lançar ao largo, na certeza de que não estamos sozinhos. Planejando, arriscando e sonhando juntos, é hora de desafiar o futuro, convictos de que não se pode deixar esfriar a chama acesa pelo convite de uma Igreja que não pode mais esperar.

O tempo é agora. Os jardins estão prontos para receber as novas sementes que germinarão e farão crescer a vida, revigorada pelo ardor dos que assumem, determinados a sua identidade cristã. A missão é de todos, é para todos. Não podemos deixar que o tempo apague em nós o desejo pelo novo, pelo desafio e pela alegria da realização.

Mesmo que a sensação do tempo passando rápido nos incomode, é hora de nos adiantarmos ao relógio, não deixarmos que ele nos devore. É hora de partilhar sonhos e metas para que nossa missão seja frutuosa no futuro e o trabalho de nossas mãos, depositados no altar do Senhor, acolhido como ação de graças de quem “retribui ao Senhor, todo o bem que ele nos fez”(Sl 116,12).

Pe. Ricardo Alexandre Ferreira, C.Ss.R.
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Silêncio poético!

             

O barulho nem sempre expressa o que de mais agudo existe no mundo dos homens. Palavras, ritmos agitados, passos inquietos podem apenas ser sinais incompletos de fontes mais profundas. No silêncio é que moram os mistérios dos dizeres. Por detrás das representações, habita germe sagrado, sopro vital e de sentido inesgotável.  “Não dito” que acompanha, feito penumbra, nomes de pessoas e coisas. Infeliz de quem somente aprendeu e se acostumou com a fala corriqueira, com aquilo que todos comentam. São repetidores; não sentiram a beleza de uma palavra nova, quando nasce. Não sabem o que é poesia. Tornaram-se viciados em vocabulário, não suportando calar a voz para uma escuta mais atenta.

Palavra bem dita, que não é apenas repetição, deve ser gerada em solidão. Quieta, germina a semente; na espera, cresce a criança; no vazio, nascem linguagens. Somente quem aprendeu a estar sozinho, na imensidão da existência, pode saborear arte e criar. Dom grande, que Deus dividiu com seus filhos, foi o da poesia. Ele, poeta maior; o homem, imagem, parceiro de obra. Diante de crises, da ferida aberta, da impotência do logos, ou se cria, ou se perde. Todavia, a criação não chega depressa. Tem que ser atentamente modelada e com esmero. Por vezes, não sem sofrimento. Em terreno de gente, novidade só chega quando há despojamento. Quando a flor desabrocha, feito metamorfose, é porque já abriu mão de roupa velha.

Que grande poeta, Jesus de Nazaré! N´Ele, tudo renova-se, na acolhida do avesso das aparências. Pobres, pecadores, doentes são vistos sem clichês. Jesus enxerga o coração, acolhe a pessoa mesma. Em sua kênosis, na ausência de qualquer ilusão, deixa claro que somente o espírito enche as coisas de beleza e não as pretensões onipotentes. Por isso, ensina que é feliz aquele que, perdendo voz e vez, mantém-se na confiança amorosa. Aliás, sua cruz redentora, ausente de qualquer consolo, salva porque revela que a fraqueza, em Deus, é forte. De alguma forma, decreta, assim, que todo amor verdadeiro é impotência, frágil, mas divino porque alimenta-se de céu, único lugar de onde pode vir o milagre que salva.

Então, companheiro, que poesia habita seu silêncio? Não deixe morrer a profundidade humana que o alto lhe concedeu. Mas cuidado porque, depois de grande, é preciso renascer menino. Lembre-se de que no lago da existência não moram somente certezas, já conhecidas. Há também o inominável que, quando aceito, faz gerar coisas novas; quando recusado, causa tormento. E mais, não fuja da dor de si mesmo e nem recuse os sofredores da história. Caso isso aconteça, o melhor da humanidade despede-se, deixando a curta existência sem sentido. Afinal, a finitude é casa humana comum na qual mora Deus, fonte criadora, poesia silenciosa. 
 
A finitude é casa humana comum na qual mora Deus, fonte criadora, poesia.

Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R.
Superior Provincial



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Dia 13 de outubro - beatificação de seis mártires redentoristas espanhóis

Dia 20 de dezembro de 2012, o Papa Bento XVI aprovou a promulgação do Decreto sobre o Martírio dos Servos de Deus José Javier Gorosterratzu e Cinco companheiros, mártires. Este decreto abriu, o caminho para a beatificação, que será celebrada em Tarragona, Espanha, em 13 de outubro de 2013.
Nossos novos Beatos, todos membros da Comunidade de São Felipe, em Cuenca, foram martirizados durante a Guerra Civil Espanhola, travada ente julho de 1936 e abril de 1939. São estes  os seis  Missionários Redentoristas.


Breves Biografias:

Pe JOSÉ JAVIER GOROSTERRATZU JAUNARENA, C.SS.R
Nasceu em Urroz (Navarra), em 07 de agosto de 1877. Aos 14 anos, contra a vontade de seu pai, entrou para o Colégio dos Capuchinhos, em Lecároz. Aos 16 anos, entrou para os Redentoristas; fez sua profissão em 08 de setembro de 1896 e foi ordenado padre em 25 de dezembro de 1903.
Após alguns anos ensinando em El Espino (Burgos) e Astorga (León), viveu nas Comunidades de Pamplona (Navarra), Madrid e Cuenca. Ele era um homem de considerável cultura, bem como um missionário popular, um confessor e diretor espiritual experimentado e procurado. Publicou duas obras históricas e escreveu um manual de filosofia.
Em 10 de agosto de 1936, foi preso pela Milícia da Frente Popular, que o levou para o cemitério de Cuenca e o assassinou. Ele perdoou seus executores enquanto balearam.

Pe. CIRIACO OLARTE PEREZ, C.Ss.R.
Nasceu em Gomecha (Álava), em 08 de fevereiro de 1893, em uma família muito religiosa. Incentivado desde a infância para a vocação sacerdotal, entrou para a Formação Redentorista em 21 de setembro de 1904, em El Espino (Burgos) e professou seus votos religiosos em 08 de setembro de 1911.
Após ser ordenado padre, em 29 de julho de 1917, foi para o México como missionário, de 1920 a 1926. Retornou à Espanha devido ao espírito anti-clerical, crescente no México naquela época. De 1926 a 1935, exerceu seu ministério apostólico em Madrid, na Comunidade do Perpétuo Socorro. Em maio de 1935, estabeleceu-se em Cuenca. Na noite do dia 31 de julho de 1936, foi preso e levado para o local chamado “Las Angustias" onde, gravemente ferido, foi deixado para morrer após longas horas de agonia.

Pe.  MIGUEL GOÑI ARIZ, C.SS.R,
Nasceu em Imarcoain (Navarra), em 27 de abril de 1902. Manifestando o desejo de tornar-se padre, ainda quando era uma criança, entraria para os Redentoristas em 08 de setembro de 1918 e professou seus votos em 26 de agosto de 1920.
Apesar da saúde débil e uma natureza tímida, foi ordenado padre em 27 de setembro de 1925, e provou ser um pregador vigoroso e incansável de Missões Populares.
Após Trabalhar nas Comunidades de Nava del Rey (Valladolid), Granada, Santander e Vigo, foi transferido, em 1932, para Cuenca, onde trabalhou especialmente na Igreja Redentorista de São Felipe Neri. Em 31 de agosto de 1936 foi preso pela Milícia, baleado e deixado sangrar até a morte.

Pe. JULIÁN POZO Y RUIZ DE SAMANIEGO, C.SS,R.
Nasceu em Payueta (Álava), em 07 de janeiro de 1903. Entrou para o Seminário Redentorista, em El Espino, em 1913, onde foi muito apreciado por sua seriedade em sua vida espiritual. Professou seus votos em 1920 e foi ordenado padre em 27 de setembro de 1925.
Sofrendo de tuberculose desde 1921, foi capaz de aceitar a doença com resignação, dedicando-se à oração, ouvindo confissões e cuidando dos doentes. De um temperamento sereno, foi muito procurado por seus dons como confessor e diretor espiritual. 
Em 1928 foi transferido para a comunidade apostólica de Cuenca. Muda-se, então, para o seminário por causa da deflagração da perseguição. Ali, em 09 de agosto de 1936, foi preso enquanto rezava o rosário, foi morto ao longo da estrada que leva de Cuenca a Tragacete.

Pe. PEDRO ROMERO ESPEJO, C.SS.R.,
Nasceu em Pancorbo (Burgos), em 28 de abril de 1871. Entrou para a Escola Redentorista em El Espino e professou, finalmente, em 24 de setembro de 1889.
Foi ordenado em 29 de fevereiro de 1896. Era uma pessoa extremamente tímida e não dada à atividade missionária expansiva. Assim, dedicou sua vida ao ministério da reconciliação e à vida religiosa de contemplação, oração e mortificação, testemunhando, para os outros, um grande espírito de pobreza.
Após estar nas comunidades de Astorga (León) e Madrid, foi transferido para Cuenca. Com a eclosão da Guerra civil, foi forçado a deixar a comunidade e viver, como foi o caso de outros colegas, com uma família local, em sua casa particular. Para escapar da atenção dos perseguidores e continuar a exercer o apostolado, escolheu mendigar nas ruas da cidade. Detido várias vezes pela Milícia, enfim em maio de 1938 foi capturado e levado à prisão onde, atendido fisicamente e espiritualmente por outros padres prisioneiros, morreu de disenteria, em 29 de maio.

Irmão VÍCTOR (VICTORIANO) CALVO LOZANO, C.SS.R.
Nasceu em Horche (Guadalajara), em 23 de dezembro de 1896. Nitidamente inclinado à vida espiritual, queria ser padre. Infelizmente, os tempos, a relutância de sua família em dar-lhe permissão e a restrição financeira, atrasaram o início de seus estudos. Em 31 de março de 1919, em uma carta que deixou com sua família explicando suas razões, ele os deixou para tornar-se Redentorista.
Em 13 de novembro de 1920 fez sua profissão religiosa, tomando o nome de Victoriano. Em 1921, foi designado para a Comunidade Redentorista em Cuenca, onde trabalhou como sacristão e porteiro. Embora ele não tenha frequentado o Seminário, tinha um senso inato de cultura, destacando, particularmente, um profundo conhecimento do asceticismo. Seus superiores permitiram-lhe ser um diretor espiritual para as jovens, para quem escreveu uma série de retiros e outras obras.
Em 10 de agosto de 1936, foi preso pela Milícia, levado ao cemitério de Cuenca, e brutalmente assassinado.