segunda-feira, 13 de abril de 2020

TEMPO PASCAL


A Páscoa nos lembra a passagem da morte para a vida, porque Cristo ressuscitou dos mortos. A pandemia também nos lembra a passagem de morte de um tempo de correria, de injustiças reinantes para um isolamento social e familiar, sob a ameaça constante do coronavírus. Mas a Páscoa é a vitória da vida, por isso acreditamos que acontecerá uma nova passagem com a cura desse vírus. Os cristãos e todos que aceitarem o Cristo não serão mais derrotados pelo desânimo e pelo conformismo. Curados, viverão uma nova época, um novo tempo pascal, como sugere o Papa Francisco: a humanidade precisa de pão e não de guerras e armas.
A Páscoa também nos apresenta vários aspectos para reflexão. Vamos analisar apenas três deles. O primeiro é o Círio Pascal, no sábado de aleluia. Aceso, simboliza o Cristo ressuscitado. Ele é a luz, irradiando seus raios luminosos por todo o universo e nos corações dos que desejarem ser iluminados por Ele. Não podemos manter a porta do coração fechada. Vamos abri-la, para que a luz do Cristo penetre até o mais íntimo de nossos sentimentos e nos traga a paz e a tranquilidade.
O segundo aspecto focaliza as mulheres. Elas foram as primeiras a se dirigirem ao sepulcro, sem medo de represálias. Ainda era de madrugada, estava escuro e Maria Madalena, com outras mulheres, verificam que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Voltam correndo ao encontro de Pedro e de João e avisam que retiraram o Senhor do túmulo. Os discípulos se dirigem ao sepulcro e constatam que as faixas enroladas no corpo de Jesus e também o sudário se encontravam enrolados num lugar à parte. Eles viram e acreditaram na ressurreição do Senhor. Outro detalhe que não está escrito em nenhum livro, mas no nosso coração, foi o encontro do Cristo ressuscitado com sua Mãe, Maria Santíssima. Ela cansada, esgotada, mas sem perder a fé e a esperança, dormia. Jesus, como bom Filho, entra no quarto e pega a mão de Maria e balbucia baixinho: a bênção, mãezinha! Maria acorda e se abraça ao seu Filho, cobrindo-o de beijos.
Durante toda a história da Igreja, sobressai a força das mulheres para mantê-la de pé. Ajudam o clero e incentivam os homens para participarem das pastorais, das associações, dos serviços e dos movimentos paroquiais. Nas inúmeras capelas pelo mundo afora, a presença feminina é marcante, dirigindo a celebração da palavra, recitando o rosário e outras devoções. Zelam pela conservação e manutenção desses pequenos templos. O Papa Francisco constatou que elas exercem o diaconato no trabalho que executam. E levantou a hipótese para estudo do diaconato feminino, similar ao já existente dos homens.
O terceiro aspecto se localiza no próprio tempo pascal. Jesus ressuscitou, venceu a morte de nossos pecados e nos trouxe a vida. Brevemente nos presenteará com a cura do coronavírus, trazendo-nos de volta a alegria de viver. Do fundo do coração não podemos perder a esperança: Jesus ressuscitou e ressuscitará uma nova época para a humanidade. Cada amanhecer será a manhã da Páscoa. Todo dia viveremos a alegria pascal, com a conversão profunda de cada um e de toda a humanidade que clama por dias melhores e sonha por novos horizontes. Será um novo tempo para quem sobreviver. O mais importante é que seja feita a vontade do Pai. 

                                                      José Adriano Gonçalves – MLR / Rio




Nenhum comentário:

Postar um comentário