quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

SÃO JOÃO NEPOMUCENO NEUMANN...


ACOLHEDOR, CARIDOSO E PROTETOR DOS IMIGRANTES.

Queridos paroquianos e leitores, escolhemos essa paróquia como lugar do encontro com Jesus e com pessoas em comunidade, que preza a acolhida e missão bem ao estilo redentorista.
São João Nepomuceno Neumann foi o primeiro Santo Redentorista da América, que nasceu na Boêmia, República Tcheca, que atravessou o oceano para se tornar sacerdote. Seus pais, Felipe e Alice, tiveram seis filhos. Estudou filosofia com os Padres Cistercienses. Sua mãe manifestou o desejo de vê-lo padre.  Ele interessou-se pelo seminário e, com seu amigo Adalbert, inspirou-se no Apóstolo Paulo para ser missionário. Ele conheceu uma organização fundada pelo Imperador da Áustria em memória de sua filha Leopoldina, Imperatriz do Brasil, esposa de Dom Pedro I. Essa sociedade oferecia ajuda financeira às missões e publicava revistas. Estudou na Universidade de Praga, onde viveu grandes decepções, face ao anticlericalismo e Josefismo reinantes. Seu diretor espiritual, Pe. Hermann, tinha contatos com os bispos Americanos, o qual facilitou seu ingresso nos EUA.  Foi ordenado em 1836 na cidade de Nova Iorque.
Sua ida e estada em Rochester (New York/EUA), onde eram poucos os padres com facilidades em outras línguas para atender aos imigrantes, resignificou o seu anseio missionário. Foi aí que conheceu o Pe. Prost, Superior dos Redentoristas, e conversaram sobre as proezas dos primeiros redentoristas americanos. Uma frase do superior martelou o seu coração: “É muito perigoso, para qualquer missionário, viver muito tempo só”. É o “Vae Soli” que significa “aí do solitário”. E em tantas outras cidades trabalhou com os imigrantes nos EUA em busca de sonhos. Ele, impressionado com o trabalho missionário dos redentoristas aos 29 anos, em 1840, escreveu ao Pe. Prost: “Quero ser admitido na Congregação do Santíssimo Redentor”.
Depois de um ano de noviciado professou os votos evangélicos, desenvolvendo assim um trabalho ardoroso no oeste da Pensilvânia/EUA. Ele percebeu que não queriam apenas rezar nas igrejas, mas precisavam de trabalhos e salários. Decidiu, então, fundar a Associação Santa Filomena, onde uma de suas regras era que os trabalhadores contribuíssem com o salário de uma hora de trabalho para sua manutenção e finalidade de formar as novas gerações. Era o confessor e diretor espiritual de Dom Kenrick, Bispo de Filadélfia, o qual em uma de suas direções brincou sobre sua pequena estatura: “Acho que se o Senhor ganhar uma mitra ficará a minha altura?” Como todo redentorista, ele ficou inquieto e não aspirou ao episcopado. Mas, em 1851, o Arcebispo de Baltimare, informou-lhe sobre sua nomeação para bispo de Filadélfia, em sinal da vontade de Deus.
Ele foi ordenado Bispo na Igreja Santo Afonso, em Baltimore, pelas mãos de Dom Kenrick, seu dirigido espiritual. Exerceu seu episcopado com zelo e dedicação pastoral. Sofreu críticas por parte de setores hostis da sociedade. Promoveu uma linha pastoral de proximidade junto ao povo. Escreveu um catecismo em alemão. Chegou a ser chamado de “carrasco” pelos meios de comunicação da época, ao cobrar clareza dos leigos no uso dos bens da Igreja. Revitalizou o atendimento das confissões e pastorais nas igrejas. Instituiu a adoração de quarenta horas que fez sucesso na sua diocese. Incentivou a criação de 34 escolas paroquiais que ensinavam cultura e religião a mais de nove mil crianças. Faleceu em 5 de janeiro de 1860 indo à estação de trem, depois de ter enviado um cálice com patena para uma paróquia do interior que tinha apenas um cálice quebrado, quando retornava para casa. Foi canonizado Santo da Igreja em 1977, pelo Papa Paulo VI.
Por fim, amar ao estilo desse homem consagrado, bispo e santo, significa acolher o diferente, através do cultivo do olhar que não encoleriza e despreza. O amor nessa visão redentorista é muito difícil de vivê-lo, pois supõe deixar o outro ser ele mesmo. Portanto, diferente. É esse o amor que Jesus nos pede: “Amai-vos uns aos outros”. É esse o carisma redentorista: “Amar aqueles que ninguém quer amá-los, para que continuemos sendo memórias vivas e fiéis do Redentor”.  
Pe. José Geraldo de Souza, C.Ss.R. (Reitor)

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