sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Prece pela tolerância


Não é mais aos homens que me dirijo. É a Ti, Deus de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos.
Que os erros agarrados à nossa natureza não sejam motivo das nossas calamidades.
Tu não nos deste coração para nos odiarmos nem mãos para nos enforcarmos.
Faz com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira.
Que as pequenas diferenças entre as vestimentas que cobrem os nossos corpos, entre os nossos costumes ridículos, entre as nossas leis imperfeitas e as nossas opiniões insensatas não sejam sinais de ódio e de perseguição.
Que aqueles que acendem velas em pleno dia para Te celebrar, suportem os que se contentam com a luz do sol.
Que os que cobrem as suas roupas com um manto branco para dizer que é preciso amar-Te não detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto negro.
Que aqueles que dominam uma pequena parte deste mundo e que possuem algum dinheiro, desfrutem sem orgulho do que chamam poder e riqueza; e que os outros não os vejam com inveja, mesmo porque Tu sabes que não há nessas vaidades nem o que invejar nem do que se orgulhar.
Que eles tenham horror à tirania exercida sobre as almas, como também execrem os que exploram a força do trabalho. Se os flagelos da guerra são inevitáveis, não nos violentemos em nome da paz.
Que todos os homens possam lembrar-se que são irmãos!
(Voltaire)

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