Esse foi um missionário redentorista
incomum! Dono de enorme fé e santidade, foi fiel servo de Deus, sofreu na carne
e no espírito suas dores, aceitando-as como vontade do Pai e caminho para o céu.
Seu amor a Jesus Crucificado – o Redentor - começou ainda pequeno. Certa vez,
junto aos amigos, organizou uma procissão, todos com velas nas mãos e ele próprio
carregando uma cruz pelo jardim da casa de sua família. Ao fim do trajeto,
prendeu a cruz no tronco de um carvalho e então, disse ao seu grupo de amigos “De
joelhos, adoremos a Cruz de Cristo”.
Assim, como uma brincadeira levada a
sério, as luzes das velas conduzidas pela garotada iluminaram a vida inteira de
São Geraldo, que ingressou na Congregação fundada por Santo Afonso, se tornou irmão
redentorista e sobressaiu por sua simplicidade, espírito de oração e amor aos
pobres.
Não era a cruz, entretanto, o que
ele buscava, e sim “Aquele” que deu a maior prova de amor, morrendo por toda a
humanidade numa Cruz. Por isso, desde quando fez sua Primeira Comunhão, as penitências
e os flagelos a que se impunha eram uma tentativa de se purificar e demonstrar
amor Àquele que o amou até à morte na Cruz.
Muito cedo, aconteceram, na vida São
Geraldo, sinais que indicavam que aquele frágil garoto de Muro recebia do céu
agrados divinos. Nas proximidades de onde moravam havia uma pequena igreja em
cujo altar ficava uma imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus no colo. Um
dia, ainda criança, São Geraldo foi sozinho até lá para rezar diante da Mãe de
Deus e de seu Filho. Tão logo se aprofundou na oração, algo inusitado aconteceu.
A mulher e o menino no altar lhe pareceram ganhar vida e, num instante, como
num sonho, o Menino Jesus desceu dos braços de Maria e veio brincar com ele.
Ainda bem pequenino, sua mãe, Dona
Benedita, o despertou para o amor infinito de Deus e a convivência com Jesus e
a Virgem Maria. Um dia, então, ele estava rezando à Virgem
fervorosamente. Seu rosto, normalmente pálido, ardia como uma vela acesa. De
repente ergueu-se e, apaixonado, retirou o anel que usava em seu dedo,
aproximou-se da imagem e o colocou no dedo da Virgem Santíssima. “Hoje, fiquei noivo
della Madonnina”, disse, triunfante.
É verdade que todos os santos tiveram
grande amor a Nossa Senhora, mas não nos consta que tenha havido semelhante “noivado”
na história da Igreja.
Os três amores de São Geraldo –
Jesus na Santa Eucaristia, a Virgem Maria e os pobres – constituem, a nosso
ver, o tecido da vida espiritual do santo irmão redentorista e nos deixam
entrever de que se ocupava seu espírito.
São Geraldo, rogai a Deus por nós.
José
Gurgel – MLR/Rio
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