Celebrar finados não é chorar a
perda daqueles que partiram deixando saudades, muito menos vazia lembrança de
pessoas que tiveram entre nós. Finados: celebração da esperança, oração por
aqueles que estão redimidos, força para o nosso desejo de encontro com o
Redentor de toda a história.
Finados deve ser o dia do encontro.
Primeiramente, encontrar com os que aqui estão: nossa família, amigos,
companheiros de trabalho e saber que caminhamos juntos. Os que ainda lutam neste
mundo precisam unir suas mãos. Em segundo lugar, o encontro deve ser consigo
mesmo; deparar-se com o medo real da morte e também com a fé na ressurreição,
sabendo que nossa vida não é apenas temporal, mas alcança a plenitude dos
tempos. E, em terceiro lugar, de forma alguma menos importante, o encontro deve
ser com o Cristo, Redentor de nossa vida. Perceber Nele a razão da existência e
sentir que Nele estão as respostas de tantas perguntas construídas ao longo de
nossos anos.
Todos os ritos que vivemos no dia de
Finados e nos momentos da perda de alguém querido devem nos conduzir à
esperança. Vazia seria nossa fé se não acreditássemos na Vida Sem Fim. Nosso
difícil recordar, nosso choro, as flores, os cantos, as velas, as orações...
tudo deve ser testemunho de um amor eterno. Assim, não há limites para o amor,
não há reservas em amar alguém, não há barreiras para perdoar o outro, nem há
razão para desistir da felicidade: as sementes que lançamos aqui, desde pequenos
a grandes gestos, alcançam muito além dos nossos dias terrenos. Precisamos
entender a vida assim: semente lançada almejando frutos eternos. O tempo marcado
pelo relógio sempre passará, o tempo de Deus, além de nós mesmos e dos limites
do mundo, não ficará no passado, sempre estará no futuro.
Termino minhas palavras em prece por
aqueles que já repousam seu coração no Eterno Amor e peço que nós, na luta deste
mundo, sejamos doadores de vida e testemunhas vivas da espera no
Redentor.
Ederson Rodrigo de
Andrade
Noviço da Província do RJ – MG -
ES
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