A Páscoa nos
lembra a passagem da morte para a vida, porque Cristo ressuscitou dos mortos. A
pandemia também nos lembra a passagem de morte de um tempo de correria, de
injustiças reinantes para um isolamento social e familiar, sob a ameaça
constante do coronavírus. Mas a Páscoa é a vitória da vida, por isso
acreditamos que acontecerá uma nova passagem com a cura desse vírus. Os
cristãos e todos que aceitarem o Cristo não serão mais derrotados pelo desânimo
e pelo conformismo. Curados, viverão uma nova época, um novo tempo pascal, como
sugere o Papa Francisco: a humanidade precisa de pão e não de guerras e armas.
A Páscoa
também nos apresenta vários aspectos para reflexão. Vamos analisar apenas três
deles. O primeiro é o Círio Pascal, no sábado de aleluia. Aceso, simboliza o
Cristo ressuscitado. Ele é a luz, irradiando seus raios luminosos por todo o
universo e nos corações dos que desejarem ser iluminados por Ele. Não podemos
manter a porta do coração fechada. Vamos abri-la, para que a luz do Cristo penetre
até o mais íntimo de nossos sentimentos e nos traga a paz e a tranquilidade.
O segundo
aspecto focaliza as mulheres. Elas foram as primeiras a se dirigirem ao
sepulcro, sem medo de represálias. Ainda era de madrugada, estava escuro e
Maria Madalena, com outras mulheres, verificam que a pedra tinha sido retirada
do túmulo. Voltam correndo ao encontro de Pedro e de João e avisam que
retiraram o Senhor do túmulo. Os discípulos se dirigem ao sepulcro e constatam
que as faixas enroladas no corpo de Jesus e também o sudário se encontravam
enrolados num lugar à parte. Eles viram e acreditaram na ressurreição do
Senhor. Outro detalhe que não está escrito em nenhum livro, mas no nosso
coração, foi o encontro do Cristo ressuscitado com sua Mãe, Maria Santíssima. Ela
cansada, esgotada, mas sem perder a fé e a esperança, dormia. Jesus, como bom
Filho, entra no quarto e pega a mão de Maria e balbucia baixinho: a bênção,
mãezinha! Maria acorda e se abraça ao seu Filho, cobrindo-o de beijos.
Durante toda
a história da Igreja, sobressai a força das mulheres para mantê-la de pé.
Ajudam o clero e incentivam os homens para participarem das pastorais, das
associações, dos serviços e dos movimentos paroquiais. Nas inúmeras capelas
pelo mundo afora, a presença feminina é marcante, dirigindo a celebração da
palavra, recitando o rosário e outras devoções. Zelam pela conservação e
manutenção desses pequenos templos. O Papa Francisco constatou que elas exercem
o diaconato no trabalho que executam. E levantou a hipótese para estudo do
diaconato feminino, similar ao já existente dos homens.
O terceiro
aspecto se localiza no próprio tempo pascal. Jesus ressuscitou, venceu a morte
de nossos pecados e nos trouxe a vida. Brevemente nos presenteará com a cura do
coronavírus, trazendo-nos de volta a alegria de viver. Do fundo do coração não
podemos perder a esperança: Jesus ressuscitou e ressuscitará uma nova época
para a humanidade. Cada amanhecer será a manhã da Páscoa. Todo dia viveremos a
alegria pascal, com a conversão profunda de cada um e de toda a humanidade que clama
por dias melhores e sonha por novos horizontes. Será um novo tempo para quem
sobreviver. O mais importante é que seja feita a vontade do Pai.
José Adriano Gonçalves – MLR / Rio
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