MÃE
Mãe, quando abri meus olhos pela primeira vez,
eu vi o que, há meses, já sentia – uma pessoa maravilhosa, que aquece a minha
alma e sustenta a minha frágil existência. Agradeço por me banhar de afeto com
seu olhar de ternura e me aquecer com seu abraço doce. O seu sorriso me
potencializou para que eu pudesse me desenvolver, pois ele confirmava que eu era
muito querido. É muito bom saber – ou melhor, sentir, pois uma criança
simplesmente sente – que é bem-vinda ao mundo.
O tempo passou e você foi me vendo crescer, mas
eu nem reparava nisso – estava ocupado (e preocupado) demais com minhas coisas.
Entretanto, você continuava sendo a senhora dos meus horários e dos meus
limites. Eu não sabia muito bem o por quê, e até reclamava, mas hoje lhe
agradeço, beijo as suas mãos, pois foi assim que você me ajudou a ser
gente.
Agora, eu entendo melhor o seu valor. Agradeço
toda a sua dedicação para que eu me tornasse uma pessoa feliz e realizada. Sei
que não tenho como retribuir – e ainda peço que me ajude e tenha paciência
comigo. Um dia, porém, se a senhora necessitar de cuidados, carinhos ou colo,
que eu seja capaz de lhe oferecer ao menos um pouco do muito que a senhora me
deu.
No fundo do meu coração... não gosto nem de
pensar nisso... mas sei que, num determinado momento, a senhora também vai
chamar pela sua mãe e vai ter de ir ao encontro dela...
Ah, dizem que as mães não deveriam morrer nunca,
mas como a senhora quer tanto ver a sua mamãe, eu sei que a senhora vai ter de
partir um dia também. E, olha, saiba que o meu coração ficará dilacerado, mas,
no tempo da graça, quando nos reencontrarmos no grande festim celestial, ele
será curado. Aí, eu lhe darei aquele beijo que terei comigo guardado, sem
precisar dizer nada, mas agradecido por tudo que fez por mim. Nessa hora, sei
que nos contemplará o Deus que criou todas as mães do mundo e que, como viu que
era muito bom ter mãe, quis ter uma pra ele também. Assim, Deus fez morada no
seio de Maria; nasceu e foi educado pela jovem de Nazaré e a ela era submisso,
pois sabia que podia confiar a ela toda a sua vida.
Pe. Luis Carlos de Carvalho Silva, CSsR | ||
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