São Clemente
Maria Hofbauer foi o santo redentorista que difundiu a nossa congregação para o
resto do mundo, cofundador da Congregação Redentorista, ao lado de Santo Afonso
Maria de Ligório. Nasceu na região de Moravia - República Tcheca -, em 1751.
Filho de uma família de poucas posses, perdeu o pai aos sete anos de idade. Sua
mãe então lhe disse, aos pés do crucifixo: “Meu filho, a partir de agora, é ELE
o teu pai. Cuida de andar sempre pelos caminhos que são do agrado dele”. A sua
fé levou-o a ver na Espiritualidade Redentorista as bases necessárias para
aplicar no seu dia a dia o amor a Deus e a seu irmão, levando-o a agir como um
apóstolo evangelizador e missionário – como Deus queria que ele
fosse.
Por ser pobre,
teve dificuldades de entrar numa ordem religiosa e iniciar o seminário. Só aos
vinte e nove anos, depois de ter sido padeiro em três lugares, entre eles o
mosteiro dos Monges Brancos de Bruck, onde aprendeu Latim, e de ter vivido dois
anos como eremita, obrigando-se a suportar rigorosos jejuns, duras penitências e
longas vigílias de oração, encontrou duas senhoras distintas que financiaram
seus estudos.
Estudou na
Universidade de Viena – Áustria –, ficando frustrado com os cursos das matérias
eclesiásticas, cheias de racionalismo e de outras visões e doutrinas
questionáveis, mas manteve a sua fé na busca do sonho do sacerdócio.
Quando se ordenou padre, foi enviado a Varsóvia – Polônia –, sendo-lhe
confiado a Igreja de São Beno, onde criou o abrigo “Refúgio Menino Jesus”, para
meninos que viviam abandonados nas ruas. Pedia dinheiro nas ruas para manter o
abrigo e continuar alimentando, vestindo e dando estudo e formação cristã aos
meninos. Na época, Varsóvia atravessava um momento político religioso crítico e,
devido à falta de boas escolas, as famílias ricas passaram a levar seus filhos
para estudar no abrigo Menino Jesus, financiando, assim, a instituição.
São Beno
tornou-se o centro florescente da igreja católica. No púlpito, Clemente falava o
que o povo precisa ouvir. Pregava de tal modo que parecia conhecer os pecados
das pessoas, fazendo-os experimentar a bondade de Deus e a viver conforme a
vontade divina. Criou escolas que evangelizaram pobres e ricos e formou a
“Associação dos Oblatos do Santíssimo Redentor”, em Varsóvia, hoje chamados
Missionários Leigos Redentoristas. Tornou-se rico na evangelização dos pobres,
mostrando para o mundo as diversas faces da pobreza.
A sua dedicação e
seu trabalho na Espiritualidade Redentorista chegaram até o conhecimento do Papa
Pio VII, que, por sua vez, influenciou o Imperador Francisco da Áustria e
conseguiu que fosse criada a primeira Fundação Redentorista fora da
Itália.
O que fez de
Clemente Hofbauer um santo? Não fez nenhum milagre que nos deslumbrasse, nem
teve visões ou êxtases para nos maravilhar. Teve até faltas - um temperamento
alemão irritadiço, uma tendência a ser áspero. No entanto, se pudéssemos passar
umas horas com ele, iríamos descobri-lo como um homem de uma fé excepcionalmente
forte, de extraordinária calma e paz, com incansável zelo apostólico, que fazia
da sua simplicidade a principal característica da sua santidade. Aceitava a
vontade de Deus do jeito que ela vinha. Fez todo o bem de que foi
capaz. Levou uma vida de inocência e de serviço, dedicando-se a louvar a Deus e
a levar os outros a servi-lo. Em 29 de janeiro de 1888, foi beatificado pelo
Papa Leão XIII e canonizado, em 1909, pelo Papa Pio X. Foi indicado padroeiro de
Viena, Áustria, pelo Papa Pio X, em 1914.
Pelo seu modo
totalmente simples de se tornar santo, São Clemente Maria Hofbauer é um modelo
para todos nós.
Esmeralda Pitanga
e João Carlos – MLR/Rio
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