Deus se fez homem por todos nós e, em sinal do seu
infinito amor pela humanidade, enviou seu Filho; nasce Jesus Cristo, que desce
da onipotência divina e arma sua tenda no meio de nós. O mistério da
Encarnação: é o processo que vai do “Sim” de Maria, até o “Sim” de Jesus na
Cruz, e continuado misticamente na Eucaristia, como atualização da Redenção.
Santo Afonso precisou mergulhar no mistério o divino
presente na Encarnação, Paixão e Eucaristia (três facetas do mesmo mistério),
tendo como símbolos: Presépio, Cruz e Pão, (fatos essenciais que provam até onde
chegou o amor de Deus em busca do amor humano), para constituir a
Espiritualidade Redentorista, cujo objetivo de vida, é seguir Jesus. O Cristo
Redentor é o centro da Espiritualidade Redentorista, celebrado na Eucaristia.
Por isso, o amor “de” Jesus e o amor “a” Jesus é a chave da Redenção.
Segundo Santo Afonso, a grande misericórdia de Deus
por nós, manifestada em Jesus, exige nosso amor em retribuição. “Porque desci do
céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo
6,38). E a vontade de Deus é que todos sejam santos, cada um em sua ocupação,
seja na Igreja, na família ou na comunidade. Nesse amor, Deus movimentou a
criatividade divina, encontrou na Encarnação, o chamado para a construção do
seu Reino e a salvação da humanidade.
O amor ao Verbo Encarnado é a primeira ideia-força da
Espiritualidade Afonsiana, porque mantém o sentido de proximidade de Deus ao
homem. E Santo Afonso acrescenta: antes que ver Jesus no outro, nossa espiritualidade
pede que sejamos uma “imagem viva” de Jesus para o outro, uma continuação do
Cristo para o homem de hoje. Por isso, o Redentorista continua nos passos de
Santo Afonso, vivenciando a experiência do afeto profundo, a Jesus Cristo.
Ser redentorista é ter a espiritualidade na teologia
da Encarnação, na fé e na centralidade de Jesus, como missionário itinerante. É
necessário buscar uma identificação total com Jesus para se tornar de fato um
redentorista, pois só Nele e com Ele seremos capazes de dar o “sim” e amar,
como Jesus ama seu Pai. Redentorista é por exigência mítica, um continuador do
Verbo Encarnado, em tudo o que a Encarnação redentora significa como
inculturação.
...E o verbo se fez carne e veio morar no meio de nós. E contemplamos
sua glória (Jo 1,14)
Cleo Gurgel – MLR/Rio
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