Queridos
irmãos e irmãs de caminhada, eis aqui uma breve abordagem a respeito dos beatos
redentoristas, o que eles representam para a Congregação Redentorista e para
nós que seguimos os passos de Jesus Cristo, segundo o carisma de nosso
padroeiro, Santo Afonso.
Mas
o que significa beato? Na Igreja Católica, é a pessoa aprovada num processo de
beatificação, que vem a ser um dos passos para a canonização. Depois que a pessoa
é beatificada, o papa autoriza a sua veneração pública. O beato pode ser
canonizado depois da comprovação de um ou mais milagres atribuídos à sua
intercessão. Antes, é designado Servo de Deus; a seguir, Venerável – duas etapas
que antecedem a beatificação. Por último, vem a santificação, quando a pessoa é
declarada digna de ser venerada e invocada por sua vida de santidade.
A
Congregação Redentorista sempre teve a preocupação em transmitir e preservar a
memória dos homens de fé que deram suas vidas pela Copiosa Redenção.
Até
o ano passado, comemorávamos nove beatos, sendo quatro ucranianos, dois
alemães, um tcheco, um holandês e um italiano. Em junho de 2013, o Papa
Francisco beatificou mais seis, todos de origem espanhola.
Após
as canonizações de Santo Afonso Maria de Ligório, São Geraldo e São Clemente, a
Congregação iniciou o processo do beato Januário Maria Sarnelli, padre italiano
que se dedicou ao aspecto social da espiritualidade redentorista, indo ao
encontro dos discriminados - prostitutas, encarcerados -, doentes, idosos e crianças
desvalidas. A partir daí, já no século XX, vieram mais oito beatos: os
ucranianos e o theco, mártires do rito greco-católico.
Estes
mártires, enfrentaram, no século passado, o regime duro e implacável da União
Soviética, que perseguia impiedosamente os religiosos. O regime totalitário
soviético e a propagação do ateísmo sacrificaram homens que defendiam os
pobres, que não se conformavam com as atrocidades de um governo que não admitia
qualquer forma de oposição às suas teorias. Todos sofreram torturas e
interrogatórios exaustivos, isolamentos em campos gélidos na Sibéria e celas
solitárias, que acabou levando-os a mortes trágicas.
Aqui
na América Latina, no Suriname, vizinho ao Brasil, o beato Pedro Donders, é
comemorado por sua missionariedade junto a negros escravos, índios e leprosos, símbolo
de entrega ao projeto missionário de Santo Afonso e testemunho de um apostolado
vivo.
Não
diferente, durante a guerra civil espanhola - 1936/1939 -, religiosos foram mortos por ódio à Igreja, por
membros do partido contrário, a Milícia da Frente Popular, ou Partido
Republicano, apoiado pelo Comunismo russo. Na ocasião, a ditadura de Franco
tinha o apoio da Igreja espanhola (e até do nazifascismo: bombardeio de
Guernica!).
Os seis religiosos redentoristas, recém-beatificados, membros da comunidade de São Felipe de
Cuenca, foram martirizados e levados à morte.
Há
ainda mais de uma dezena de casos de mártires redentoristas em processo de
beatificação.
Ao
analisarmos toda a trajetória dos 281 anos da Congregação, esses valorosos
homens, pelo “sim” ao Redentor, firmaram, com ardor missionário, o carisma
afonsiano em diferentes culturas e situações sociais, proclamaram a Boa Nova até
o final de suas vidas e tornaram se testemunhas do Evangelho.
Cátia Regina e Ângela Maria
MLR/Rio